terça-feira, 6 de novembro de 2012

História da Moda 1900

Hoje muito se fala em vintage, tendências inspiradas em décadas passadas, retrô, enfim a moda geralmente dá uma rodada de 20 anos e volta. Uma coisa que se vê sempre é que a moda que se usava 20 anos antes costuma ser retomada de forma mais adequada ao momento.

Mas voltado ao retrô e ao vintage estas são manifestações de estilo que remetem a bem mais antigas.

O século XX foi o mais eclético em matéria de moda, anteriormente a mudança da moda era muito gradual e uma mulher nascia e morria usando praticamente a mesma roupa, as mudanças eram medidas em séculos, já no século XX houve uma efervescência cultural, científica e social que levou as pessoas em especial as mulheres e mais tarde aos jovens anciarem por mudanças. Virava-se a década, a conjuntura política, social e  a moda se aliava sempre a esta ânsia e se recriava, as vezes nem tanto, mas mudava.

Todos que são interessados em moda deveriam se interessar pela sua História pois, além de ser a História da sociedade, é muito bom saber da onde veio aquele detalhezinho que faz a diferença no seu look.




A virada do século representou na Europa um vislumbre de um futuro maravilhoso, era época em que as pessoas, principalmente a aristocracia, passava por muita fartura, a chamada Belle Époque. O luxo e a ostentação era a ordem do dia, uma mulher refinada tinha um "figurino" para tudo, café da manhã, almoço em casa, almoço no campo, na cidade, no verão no inverno, vestido de tarde, vestido para o chá, vestido para o jantar, roupas para viagem... tudo etiqueta e protocolo vitoriano, onde tudo era minimamente cerimonioso.  

As mulheres usavam maquiagem mas geralmente para parecerem mais brancas e pálidas, era um hábito comum se consumir uma dose mínima de arsênico ao dia para manter o ar pálido, a silhueta fina, um dos resquícios vitorianos de que a mulher deveria ter aparência frágil que a aristocracia adorava manter.

Como já disseexagero e a ostentação reinavam e eram representadas pelo volume excessivo, pelas penas, rendas e pérolas, além de babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos nos trajes femininos. 

Para deixar bem claro o período se chama Eduardino( rei Eduardo VII) e a moda conhecido como Eduardiana(ou Eduardina) também, mas os resquícios do período vitoriano principalmente no que diz respeito ao comportamento feminino tem muito mais influência do período Vitoriano.

O ideal de beleza eram as formas arredondas, estas foram ressaltadas nas curvas femininas: o espartilho era exageradamente apertado, o que deixava o corpo feminino em formato de “S”.

A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura, para isso muitas mulheres, não satisfeitas com o exagerado espartilho, operavam para a retirada das costelas flutuantes, e você aí achando que os sacrifícios pela beleza são de hoje.

Além disso, a Belle Époque trouxe uma indumentária feminina que deixava todas as partes do corpo das mulheres cobertas por tecidos, apenas a face aparecia, até mesmo as mãos eram cobertas por luvas. As golas altas e trabalhadas tinham a função de cobrir totalmente o pescoço das mulheres.

A moda pouco havia mudado da do século XIX os tons claros eram os mais usados, o branco sobretudo. A Maison Worth em Paris era a mais prestigiada nesta época e seu estilo, extravagante e vistoso, impunha moda.






Os chapéus eram exageradíssimos, precisando de grampos especiais para afixá-los às cabeças.

Nesse contexto de paz e prosperidade é normal que as atividades de diversão e puro entretenimento ganhem uma notoriedade grande na vida das pessoas e foi assim que os desportos para as senhororas surgiram. A bicicleta em particular fez com que surgisse uma calça-saia ampla e adaptada para andar de bicicleta.



O lúdico também começou a permear o imaginário feminino a partir da segunda metade da década, a arte japonesa, a abertura do comércio com o Oriente em grande escala e a apresentação do balé russo em Paris com o espetáculo "Cleópatra" fez surgir o interesse por uma nova silhueta feminina.



Importantíssimo ressaltar que as mulheres nobres e as burguesas aristocratas quem eram mais sucetíveis às mudanças, as mulheres comuns não tinham nem tempo nem dinheiro para esse tipo de preocupação.

Foi então que as atenções se virarram completamente para Paul Poiret, que havia abrido seu atelier em 1905, ele não conhecia costura e era um apaixonado por arte, sua especialidade era transpor a arte para a roupa. No que mais toca a importancia de Poiret na moda foi o abandono do espartilho e o levantar da bainha da saia. Ele colocaou o orientalismo em voga, mudou a silhueta, ele é o pai da silhueta orgânica do século XX, mas  uma coisa que foi um golpe de mestre: ele inovou em cores e cortes mas não retirou o luxo e os brocados da indumentária feminina, ele deu fantasia ao imaginário da moda.



Os turbantes, diademas, plumas, estamparia hora parecida com arte hora com roupas de odaliscas e pricesas orientais, damascos de seda, tudo dava às entediadas mulheres aristocratas um imaginário das mil e uma noites que transbordava drama e espetáculo.

Pronto, agora a moda já estava preparada para todas as reviravoltas do século que começava no calendário mas que só iria começar de fato após a 1ª Guerra Mundial.

Beijos

Regina Pinotti




Um comentário:

  1. Queria agradecer ao dono(a) do blog pelo conteúdo completo e de qualidade. Usei todo material daqui para fazer meu trabalho, sem esquecer dos créditos no mesmo. Ótimo trabalho ♥

    ResponderExcluir