quarta-feira, 7 de novembro de 2012

História da Moda- década de 1910.

A década de 1910 representou o real começo do século, politicamente falando, a 1ª Guerra Mundial, Revolução Russa e a Nova Ordem Mundial do pós-guerra.

Não existe um vértice onde a moda gira exatamente quando vira a década, então é um pouco complicado separar os acontecimentos em qualquer quesito em qualquer época já que as mudanças sejam sociais, sejam   em moda acontecem como um reflexo de acontecimentos.

As inovações de Paul Poiret foram libertadoras no quesito espartilho mas as saias ficaram tão estreitas que um passo era um desafio, a moda nunca foi conhecida pelo bom senso. Muitos dizem que as saias da mulheres se estreitaram para facilitar a entrada nos automóveis e bondes, mas isso é um equívoco.

 Lindíssima ilustração em estilo de pintura japonesa de duas mulheres com roupas "modernas".

Paul Poiret e suas inovações fizeram muito sucesso até a explosão da Guerra. Enquanto isso o que se via era a mulherada totalmente imersa no Oientalismo e até as calças de odaliscas chegavam a ser trajes de festa, não era uma roupa normal, mas sim uma manifestação do simbólico e alegórico que só a noite de festa podia comportar.

 Uma roupa oriental que fez muito sucesso para o dia foi o vestido-quimono de Poiret, as mulheres apreciavam muito o conforto de usar a roupa sem espartilho e a cintura mais alta, mas as saias continuavam com abertura minúscula, as mulheres ricas não necessitavam realmente andar muito e  continuavam se encaixando no ideal vitoriano de mulher comportada.









Em 1914 a Alemanha declara guerra à França, as coleções de outono estavam prestes a serem publicadas, mas mesmo durante a Guerra, Paris continuou a ser o centro de bom-gosto e berço de modas do ocidente. Muitos costureiros se alistaram, fechando as maisons ou as deixando a frente de mulheres .As mulheres começaram a tomar frente aos esforços de guerra num país sem homens. Muito pouco se fala mas a importância da 1ª Guerra as mulheres se inserirem na indústria da moda foi preponderante.

As vestimentas femininas tiveram que "cair na real", as saias se ampliaram e a qualidade da roupa passou a ter mais importância que os seus brocados e detalhes. Mais tarde isso seria gravemente contra Poiret que fazia roupas luxuosas mas que não tinham um acabamento perfeito e qualidade impecável que Chanel havia dado a suas peças.


As sais ficaram mais amplas, a alfaiataria masculina teve muita influencia nas camisas femininas e os taillers que eram roupas de viagem e de cavalgada tomaram conta do vestuário do dia-a-dia. Os chapéus ficam menores e ostentam menos adereços.

As cores ficaram sóbrias, o preto era muito usado e pela primeira vez as roupas de luto ganharam páginas inteiras nos catálogos.



Em 1917 a Revolução Russa inundou Paris com nobres e aristocratas da alta burguesia russa expatriados, o que foi um frenesi na cidade. A cidade inundou-se de pessoas ricas no meio de uma crise, mas ao final da guerra em 1918, Paris ainda era o centro da moda e agora também era o epicentro de toda a riqueza que os russos e outras famílias reais que perderam o trono depois da Guerra se instalaram.

Post de amanhã sobre os loucos, loucos anos 20.

Beijocas

Regina Pinotti







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