quarta-feira, 20 de novembro de 2013

História da Moda- Década de 60.

E, de repente, nada mais foi igual depois dos anos 60.

No seu guarda-roupas as peças surgidas(ou popularizadas) nos anos 60 estão em toda parte. Desde as míni- saias até as estampas flower power, pela primeira vez desde a Idade Média se usou o cabelo "liso escorrido", a bota de cano alto também foi uma vedete, os cílios postiços, os batons nude.




Mas o que eu quero mesmo falar sobre a década de 60, devo confessar que quando fui escolher o principal da década fiquei entre as mínis e o LBD, little black dress, o pretinho básico. Desde os anos 20 já dava uma escapadinha de vez em quando pra fora dos funerais mas sempre voltava pro armário das viúvas. 


A Rainha Vitória guardou luto pelo príncipe Albert até a sua morte,40 anos depois da morte de seu marido, sempre com a maior parte da indumentária preta.

Em 1926 Chanel criou um vestido de linhas retas de comprimento mediano decorado com algumas linhas em diagonal, o chamou disse que era “uma espécie de uniforme para todas as mulheres de bom gosto”. A Vogue o chamou de modelo T da Chanel, como o Ford, que popularizou o 
automóvel.


T Original

Na Grande Depressão e Guerra foi muito popular por ser elegante e austero. No cinema preto e branco também criava um bom contraste, tão era muito usado. Na década de 50 o New Look de Dior colocou o preto em babados e volumes, mas era diferente do que se veria a parir dos anos 60.


No filme de 61 Breakfast at Tiffany's, Bonequinha de Luxo no Brasil, Audrey Hepburn foi enfática ao pedir que os figurinos fossem feitos pelo estilista  Hubert de Givenchy, ele fiqcou encantado, pois achou que era requisitado por Katharine Hepburn, estrela já consagrada. Mas ao conhecer Audrey o magnetismo cativante dela fez um figurino magnífico.





Nos anos 70 as cores foram fulgurantes e o preto se aposentou por um tempo, Mas, sempre há um mas, os punks, sim o punk sempre foi de boutique, Vivienne Westwood, nossa diva até hoje é a prova disso. O punk foi um movimento social em que os filhos da classe operária britânica se rebelaram contra as medidas neo-liberais do governo e e extravasaram a falta de perspectiva dos "meninos perdidos" com o som pesado e "sujo", as roupas e o visual não ortodoxo, o mais importante a rebeldia com status quo.





Nos anos 80 os yupies adoravam o preto em contrapartida ao glam dos tempos. A mulher queria um visual mais forte, urbano, dramático de quem pode fazer tudo o que quiser.





A partir dos anos 90 o shape do LBD variou muito, mas duvido que alguém tenha só um no armário.

Conselhos úteis:

Preto e branco é lindo.

Preto e marinho á maravilhoso, muitas pessoas estranham, mas é maravilhoso.

Falando em marinho, quando for comprar uma roupa, se sua pele for clara, tente experimentar o modelo azul marinho e o preto. Verá que o marinho por vezes fica muito mais leve e interessante.

O look total black nunca sai de moda, mas um sapatinho ou acessório de outra cor dá uma leveza que faz toda a diferença.

Pérolas e preto é chique, se quiser modernizar pode usar um acessório mais "moderninho" para não ficar parecendo a Holly.


Se for citar esse texto, cite a fonte!

Beijocas

Regina Pinotti






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Década de 50- História da Moda

A moda da década de 50 na verdade começa em 1947 quando Dior exibiu o seu New Look. Quando o assunto aqui no blog foi o peplum(13 de setembro de 2012
http://pinicando.blogspot.com.br/2012/09/quer-saber-do-ultimo-babado.html )
eu contei uma breve história desse look, mas a década de 50 não é vestida só com cinturinha marcada e saia  godê guarda-chuva(pelo menos era assim que a minha avó chamava as saias rodadas com muitos saiotes)

Na verdade a década de 50 é caracterizada por 2 importantes fatores sociais: a volta das mulheres para "dentro de casa", depois de tantos tempos de crise financeira e guerras as mulheres queriam se comportar como mulheres: se enfeitar, decorar a casa, agradar o marido, se reunir com as amigas e o mais importante: ter bebês. O Baby boom pós-guerra foi um aumento considerável de nascimentos de crianças, principalmente nos Estados Unidos que com o fim da Guerra ascendiam como potência mundial, militar e economicamente.

O American Way of Life foi exportado para o mundo todo, surgiram os subúrbios, onde as famílias tinham casas enormes com gramados imensos cheia de crianças, um cão, um gato, carros e a televisão que dava sua primeira popularizada(sendo subsidiada pelo governo) e carros para poder ir ao trabalho na cidade grande mais próxima.

Quem assiste Med Men, apesar de a série se passar nos anos 60, tem uma boa ideia de como era a típica relação marido-esposa dessa época.

Muito se discute se esse movimento social não retardou a liberação feminina em 20 anos, mas a verdade é que as mulheres voltaram aos serviços domésticos por livre e espontânea vontade e algumas profissões como: enfermeira, professora infantil, datilógrafa, secretária, telefonista, continuaram a ser sobretudo femininas. Algumas por uma idéia enraizada na época de que as mulheres deveriam ficar com cargos ligados a "cuidados e carinho" como enfermeiras e professoras, outras razões mais práticas como as telefonistas que deveriam trabalhar plugando uma linha na outra num espaço físico reduzido e as mãos das mulheres eram menores, então conseguiam trabalhar de maneira mais ágil que os homens de mãos maiores.

A década de 50 também pode parecer retrógrada na evolução da silhueta feminina, já que a ordem eram cinturas de vespa e as mulheres voltaram a usar espartilhos não tão rígidos e apertados quanto antes mas que ainda assim alterava suas formas. Usava-se uma cinta para dar forma aos quadris que foram bem valorizados nessa época.



A criatividade nessa década foi a ordem dos estilistas, usava-se desde calças cigarretes, shorts, vestidos de coquetel bem justos e com pences para se moldar ao corpo.


Os chapéus, luvas, meias, todos os adereços, enfeites supérfluos e acessórios foram glamourizados. Pérolas eram a ordem do dia, sendo que as pérolas cultivadas se popularizaram bastante nessa época, trazidas do Japão e transformadas em colares na Índia(até hoje a maioria dos colares de pérolas cultivadas ainda funciona assim) ficou-se muito mais barato de se ter.

Chapéus aparecem em diversos estilos, desde ostentosos até simples panamás e chineses.



 Cinderela em Paris- 1957



Óculos estilo 50's em voga atualmente.

Praticamente todos os volumes foram explorados nessa época, vestidos de gala poderiam muito bem ser confundidos por olhos menos atentos a vestidos do auge da moda vitoriana de 1860, foi uma época de muita experimentação.

Channel, tendo optado por morar nos Estados Unidos nessa época por conta de um romance com um militar alemão, inventou seu cap toe, seu Channel nº 5 foi imortalizado por Marylin que disse que só usava algumas gotas do perfume para dormir, causando um frenesi no imaginário masculino e uma corrida feminina por conhecer a fragrância, que fora encomendada pela própria Channel em 1921, com pedido expresso de ser uma fragrância com cheiro de mulher. Dior foi mesmo o rei dos anos 50, ditou a moda a cada estação.

 A maior garota-propaganda que o nº 5 já teve e uma das divas da década, Marylin.

Criando no início dos anos 50 por um "complexo" de pé grande que a própria Channel tinha o sapato com o cabedal claro e a ponta mais escura dá a ilusão de pés menores, reinventado nessa temporada em múltiplas cores e metalizados, o cap toe, mostra que foi uma ótima ideia.




Croquis Folha da época

As duas silhuetas mais em voga: new look e a com saia beeeem mais seca. Estampas e poás em diversas cores ou no mais elegante preto e branco pontilharam(literalmente) a década.

Houve também nessa mesma época uma revolução nos costumes causada pelos jovens. Nunca em toda a História humana havia existido "o jovem", "o adolescente" como agente e sujeito, ele sempre foi tratado como um adulto em formação que ainda não era própriamente um adulto de verdade mas que deveria se portar como tal. Os jovens passaram a ouvir música diferente de seus pais, mas não como em outras épocas que era somente a diferença de época vigente, o período de nascimento do Rock'Roll, como filho mestiço do country and western e do rhythm and blues no improvável cenário do sul, fez uma geração toda "Rock'n Roll all Night" fazendo seus pais quase caírem de costas. 

O rádio de transistor podia ser levado para todo lado, inventado também em 1947 o transístor irira representar um verdeiro cisma de contra-cultura. As rádios tocavam rock que não era considerado nem música negra nem branca, os jovens brancos dançavam como os negros e pela primeira vez na história dos Estados Unidos houve um fator cultural que reunia brancos e negros, o jazz já havia "tentado" ser esse fator anos antes.Os adultos abominaram a ideia, a religião baniu o ritmo do demônio e quando a Indústria Fonográfica realmente descobriu o seu potencial houve uma "clareada" no som, antes Litle Richards e Chuck Berry eram negros demais então surgiu Elvis Presley que era branco mas chegava a ser instruído a não cantar nem dançar em estilos muito negros.



O rebelde sem causa vivia no subúrbio, frequentava a escola, era filho da classe-média e um garoto entediado. Como no filme de James Dean eles promoviam rachas, ouviam som alto, não respeitavam as "leis do subúrbio", o que os pais mais queriam eram seus filhos se encaminhando para a faculdade, ouvindo músicas de grupos vocais e o mais importante ficando longe desses indivíduos. 


Então eis a pergunta: e a moda? A moda entra nessa porque o jovem começou a querer parecer diferente do seu pai e daquele bom garoto filho do vizinho que iria, certamente, para a faculdade no outono e usava seu belo suéter xadrez, então a primeira providência foi não  usar as roupas que os mais velhos e que os caretas usariam. Então passaram a comprar rupas nas lojas dos mais pobres e as peças escolhidas eram o jeans usado para trabalhos pesados em construções e nas fazendas, a camiseta branca que normalmente era considerada uma peça de roupa íntima usada sob as camisas, já imaginou acordar e encontar seu filho saindo de cueca para a rua? Era mais ou menos isso que os pais sentiam. As botas e as jaquetas de coura eram usadas mais pelos rapazes que andavam de lambreta. 

Pais atordoados! Só isso pode concretizar o que estes garotos de 16-17 anos causavam, igrejas e escolas baniam quem usava jeans, pais vendo seus filhos usando roupas de proletariado e íntimas na rua. Hoje muita gente fica escandalizada com a roupa dos jovens então conheça: começou com o seu jeans.


Figurino feminino Musical Grease

E as garotas? Elas demoraram um pouco mais para aderir a essas transgressões. A década de 60 foi mais revolucionária para elas.

Cena final do filme Grease, quem não ficou morrendo de inveja da roupa da Sandy???

Espero que tenham gostado.

Beijos.

Regina Pinotti

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Moda em tempos de guerra- Década de 40- História da Moda

A década de 30 terminou um pouquinho antes em 1º de setembro 1939 com a explosão da 2ª Guerra Mundial, inicialmente Reino Unido e França declararam guerra em repúdio ao Imperialismo Alemão, subsequentemente o conflito se tornaria de ordem mundial. Em torno de 100 milhões de soldados foram mobilizados e o saldo de mortos seria de trágicos 70 milhões de pessoas, fome, doenças, bombardeios ou mesmo o assassinato deliberado. Tomemos como exemplo a Rússia em que um de cada quatro cidadãos foi morto ou ferido pela Guerra.

Garotas numa Universidade no Illinois recebem voluntariamente treinamento militar em 1942.

Os anos 40 foram marcados para as pessoas como época de escassez e regime espartano de tecidos as roupas eram confeccionadas com mínimo de tecido que o decoro permitia, os ombros eram marcados com ombreiras para passar uma mensagem de mulher forte, as cores eram o preto e o cinza, parecia que a guerra estava dentro dos guarda-roupas de todas, os sapatos eram chamados em tradução livre de "sapatos adequados", eram compactos, feios mesmo, mas toda e qualquer ostentação estava fora de cogitação.

Os governos precisavam dos tecidos para o exército, fardas, pára-quedas, bandagens, o couro era imprescindível, botas militares deveriam ser fortes para bombas e para o frio.

As mulheres passaram a trabalhar nas indústrias, escritórios, hospitais, escolas, para o governo e exército, inclusive na própria guerra. Todas as pessoas foram imersas nos esforços e sacrifícios de guerra, as mulheres reformavam suas roupas, colocavam solados novos em sapatos velhos, usavam calças compridas, chegavam a fazer a risca da meia de nylon com caneta na parte posterior das pernas para simular que as vestiam, a maquiagem e os penteados foram quase abolidos, lenços e pequenos chapéus eram usados com cortes de cabelo práticos.

Citação desse mesmo blog em 13 de setembro de 2012.

http://pinicando.blogspot.com.br/2012/09/quer-saber-do-ultimo-babado.html




As mulheres eram incentivadas a sair de casa e tomar para si os postos de trabalho e as responsabilidades que os homens deixaram para trás quando foram lutar na Gurra, era o início de uma independência feminina forçada.

A crise de 1929 já tinha deixado as pessoas acostumadas aos tempos difíceis, o garda-roupa não mudou grande coisa os ombros foram ressaltados, as cores foram acinzentadas e o ideal de beleza em tempos de escassez  normalmente são curvas e opulência. Mas a auseridade como explicada acima iria aumentar com os esforços de Guerra.

O imaginário masculino era habitado por Rita Hayworth, mas as mulheres estavam levando o país nas mãos.

Mas todo soldado tinha deixado uma diva particular em casa, para acalentá-lo com suas cartas e sonhos de uma volta para casa.

A grosso modo a época, como já descrito, não foi frutífera para expererimentações e delírios de moda, mas as mulheres sempre querem ser mulheres. Uma novidade dos tempos de Guerra foi que, na tentativa de uma integração pan americana, dado aos florescentes movimentos de extrema direita apoiados pelo Estado, os Estados Unidos foram cortejar seus vizinhos do Brasil, não foi barato já que Roosevelt teve que construir a  Siderúrgica Nacional de mimo para o Governo Brasileiro. 

Dentre esses esforços de mostrar um Continente Americano unido ganha notoriedade uma brasileira nascida em Portugal, com olhos verdes-claríssimos e apenas 1,52m de altura. Carmem Miranda já havia feito algum sucesso nos Estados Unidos nos anos 30, mas numa sociedade marcada pela austeridade aquela imagem exótica e alegre chamou enorme atenção com o tica-tica-bum.



 Ela é um dos grandes expoentes da moda do século XX, inventou os sapatos plataforma, chegando a 20 cm, ela adorava costurar e bordar suas próprias peças, usava os famosos chapéus de frutas e seus penduricalhos. Toda essa produção, o requebrar e o sorriso largo dava a ela uma aura no palco que chegava a hipnotizar quem olhasse demais, ela sabia controlar totalmente o ambiente do palco e de cena. Não se importava com a moda, se vestia conforme o seu corpo "pedia" e ainda dizia "Não me importo que me copiem". E foi copiada, não demorou para as americanas começassem a usar turbante em alusão aos chapéus impossíveis de se usar no dia-a-dia. E nós usamos as plataformas até hoje.

Plataformas.

Turbante.

O turbante foi uma alternativa barata ao chapéu, que teve uma mudança chegando a se parecer aos chapéus masculinos em simplicidade.



Agora que a guerra já estava avançada as mulheres tiveram que começar a improvisar de tudo para virar vestidos, muitas roupas simplesmente não toleravam tantas reformas. Começaram-se fazer roupas até com tecidos que antes só se pensaria em fazer toalhas de mesa e cortinas, mas deve ter quem aproveitou as que já tinha em casa e colocando-as na máquina de costura. 

A elegância teve de ser posta de lado pela simplicidade, era um caso de vida ou morte, nesse caso. Perder significaria ser subjugado pelo Regime Nazista. 







Croquis, Folha década de 40

As mulheres que realmente foram a Guerra eram em sua maioria enfermeiras e secretárias.

Primeiro contingente de enfermeiras americanas na Guerra.

Para as mulheres européias que foram realmente afetadas pelos fatos não havia moda, não havia vaidade, havia o final de cada dia sem sofrer um bombardeio, fome ou se fosse uma das minorias "cassadas" pelos Nazistas terminar seus dias como prisioneira.

Hitler tenteu transferir as Maisons para Berlin, mas muitos costureiros e estilistas fugiram da Europa enquanto podiam e Portugal era a única rota de saída da Europa para a América. A Espanha havia saído de uma Guerra Civil e foi poupada, já que o Ditador Franco era aliado dos alemães de todo jeito, então Portugal, neutro, apesar de também ser um país dominado por uma ditadura de direita era um lugar seguro para os ricos da Europa embarcarem para a América. 

Era caro, cheio de propinas, as Famílias Reais foram toleradas e até bem vistas em deixar a Europa via Portugal ou ficar no país, os muito ricos também, mas havia as pessoas que deveriam deixar os territórios europeus com pena de serem apanhados pelos nazistas, então o Marrocos Francês era uma terra relativamente segura, mas era uma jornada longa que integrava Masella ao Norte da África e a chegada a Casablanca.

Lá as pessoas viviam numa sociedade que preferia ser ignorante e gastar o seu dinheiro enquanto esperava o visto de entrada em Portugal para embarcarem para a América.

Filme Casablanca mostra essa sociedade européia no Marrocos e os esforços dos que tentavam fugir.

Estou me estendendo mas não poderia de dar as devidas honrarias às mulheres da União Soviética que lutaram na Guerra, uma vez que o serviço militar era para ambos os sexos. Hitler e Stalin haviam feito um tratado de paz em as nações anos antes, mas a Alemanha rompeu a trégua e em 1941 invadiu o território da URSS. As tropas Russas estava quase que em sua totalidade na fronteira chinesa esperando um ataque japonês. Hitler queria acabar com os "vermelhos" desde discursos na década de 30, mas com a Inglaterra de um lado os Russos achavam que os nazistas se concentrariam no Oeste.


Exército Vermelho, homens na vanguarda, em sua maioria, as mulheres na retaguarda.

Este elemento surpresa deu aos alemães imensa  vantagem nas primeiras semanas de tomada, aviões eram abatidos nos galpões antes de sequer levantarem vôo. Leningrado foi sitiada, os esforços alemães se voltaram para a tomada de Moscou, já que a Rússia havia contra atacado violentamente e os russos logo retomaram território, as ofensivas do Eixo então marcharam para Stalingrado, região petrolífera e industrializada, com fartura de comida para o abastecimento das tropas. Ao sul estava o rio Volga que supria a cidade.

O que parecia fácil se tornou uma das batalhas mais épicas da História, a cidade sitiada não se entregou e o inverno castigou os alemães, primeiro a batalha era por setores da cidade, depois por blocos, aí para quarteirões e então cada casa levaria dias para ser tomada, a população resistiu bravamente 5 meses sob bombardeios, as mulheres de Stalingrado foram heroínas sendo metade dos combatentes, os civis faziam barricada e fortificavam as ruas, deixando os tanques de fora da cidade, o que deu ao povo a chace de combater com os nazistas como iguais.

Combatentes de Stalingrado, uma mulher entre eles.

O resto é conhecido, os Aliados venceram a Guerra em 1945.

Este post é dedicado a todas as pessoas, em especial às mulheres, que lutaram, viveram e morreram em nome do Mundo que vivemos hoje.

Beijocas

Regina Pinotti

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Moda da Década de 30- História da Moda

A década de 30 começou com o Crash de Wall Street, do dia para a noite pessoas que eram muito ricas ficaram muito pobres, empresas quebraram, bancos faliram, pessoas ficaram sem seus empregos e sem ter como se sustentar perderam suas casas e viraram andarilhos. Hoje ao pensarmos no 24 de outubro, a Terça-Feira Negra, depois de um século XX repleto de atrocidades pensamos de maneira mínima. Magnatas se jogaram das janelas de seus escritórios elegantes, muitos se suicidaram ao fim da tarde em casa, com a família se preparando para o jantar. Os mais pobres demoraram algumas semanas para perceber a magnitude dos acontecimentos, que seria chamada de Grande Depressão, a verdade é que os Estados Unidos iriam ser uma nação de carentes que comiam a sopa que o Estado, a Igreja ou os menos afetados podiam dar uma vez ao dia. O presidente Roosevelt foi o grande expoente desses 20 amargos mas necessários anos.

 Os esforços de reconstrução da Europa já estavam avançados e o continuariam por conta própria sem a ajuda dos Estados Unidos que tinham problemas demais dentro de seu próprio território para resolver.Seriam aproximadamente 20 anos de muita instabilidade, racionamento, tempos difíceis estavam por vir.Frentes de trabalho foram organizada e as reservas estatais adquiridas nos anos 20 de opulência foram usados para construção de toda uma infra-estrutura como estradas, ferrovias, represas, eletricidade, esses esforços de "manter o povo empregado e ocupado" chamado New Deal, além de colocar comida na mesa do americano, tirou muitos homens das idades e evitou revoltas.

 A moda seguiu esse passo espartano da economia. Mas os anos 30 são notoriamente conhecidos pela elegância das mulheres. Não eram mais tempos de muito entusiamo como nos anos 20, onde as lendas diziam que na casa dos ricos haviam fontes de champagne, as mulheres tiveram que ganhar a briga da beleza no charme.

Dietrich

Não foi a toa que os ícones dessa época foram Greta Garbo, Marlene Dietrch e Katharine HepburnErnest Hemingway, apaixonado por Marlene, escreveu que ela podia derreter um homem com um levantar de sobrancelhas e destruir uma rival com o olhar.Hollywood se consolidou como fábrica de ícones A mulher deveria ser sedutora, charmosa e classuda. Nada de vulgaridade nessa época, as saias foram ficando mais compridas, os cabelos foram crescendo, mas não passando dos ombros, o foco central da sedução eram as costas.


Garbo

A grande elegância feminina da época, além da atitude elegante, era que a mulher passou a dar mais valor à qualidade das roupas, lembrando que um dos mantras das compras(isto é para todas nós até os dias de hoje) é que se você não tem dinheiro para comprar duas vezes então é melhor acertar na primeira. A mulher sabia que não poderia se arrepender e comprar outro, então o corte foi simplificado, mas impecavelmente executado, os materiais tiveram que ser barateados, os sintéticos debutavam desde antes da 1ª Guerra mas foram nos tempos difíceis que eles realmente fizeram seu debut.


Chapéus menores, jóias em sua maioria eram fantasias, os sapatos eram peças que deveriam ser fortes e as cores escuras eram as preferidas. Na verdade a mulher da década de 30 deve ganhar um prêmio como precursora do stylist porque ela quem notou pela primeira vez que um guarda-roupas deveria ser inteligente e ter peças que se combinassem entre si. Essa mulher não tinha como comprar novas roupas assim que mudasse a estação, ou a moda decidisse.








Chanel continuou fazendo sucesso nessa época assim como: Edith Head, Gilbert Adrian, Madame Vionet, para quem " O vestido deve acompanhar a usuária e se ela rir, ele deve rir com ela". Vionnet, foi a pioneira a confeccionar suas criações pelo processo de moulage, também criou o corte no viés e o drapeado principalmente para os vestidos de noite que davam às mulheres uma imagem de ser efêmero, intocável e de outro mundo, é o vestido clássico do red carpet até hoje, deusas.



As mulheres voltaram a usar um tipo de espartilho elástico por baixo da combinação, o ideal de beleza era uma mulher atlética, bronzeada, mas não muito, maquiagem era usada e os cabelos cacheados ou ondulados. O ideal de Greta Garbo.



Os maiôs se encurtaram e os excessos de tecidos foram cortados, as costas dos trajes de banho há quem diga que inspirou as costas nuas, mas a verdade é que em cada fase o ponto de sensualidade no traje feminino migra de pernas para cintura, de silhueta violão para magreza, decotes para pernas novamente, nunca tudo de uma vez.




Enquanto as nações tentavam sobreviver a crise silenciosamente ou nem tanto assim, só ignoradas, surgia um novo movimento nacionalista na Europa principalmente, ditaduras e golpes estavam por toda parte, Guerra Civil e enfim a década termina em 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha Nazista.

Beijocas

Regina Pinotti